crazy wonderland

Já faz algum tempo que venho percebendo como o mundo é redondo.

Vivemos numa época onde tudo é normal, tudo é aceito e qualquer atitude mais estranha possível será idolatrada pelo mundo e todo mundo copia no dia seguinte.

O ser humano cada vez mais próximo da tecnologia, mais solitário e individualista. A um clique do msn e a muitos passos de um abraço, um sorriso. Ninguem mais telefona ou escreve cartas. As crianças não sabem oque é brincar na rua, escrever um diário (no caderno).

Estar na frente do computador e se conectar é muito fácil e qualquer um tem acesso hoje em dia. Mas não dá acesso ao que, muitas vezes está do nosso lado, faz parte do nosso próprio mundo.

No mundo onde eu gostaria de viver, as pessoas não saem de casa com lagostas na cabeça. No mundo onde eu gostaria de viver, o mundo não idolatra pessoas que fazem isso.

Agora tudo é entretenimento. Tudo é diversão. Tudo é pela diversão, mas ninguem sabe mais o limite das coisas. Ou será que não precisa mais de limites?

Me sinto como Alice. Mas no buraco em que eu caí, não existe mais respeito e nem limites. Não que oque ela caiu fosse, de fato, o país das maravilhas, como o nome sugere, mas aqui parece tudo estar de cabeça pra baixo. Pareço caindo, caindo, e as coisas vão passando por mim sem que eu consiga entender ou segurara-las e quando eu vejo, continuo caindo num buraco tão fundo, que não sei, se eu que estou caindo, ou elas que estão passando por mim numa velocidade muita rápida de baixo pra cima.

Alice correu atrás do coelho branco porque a lição de história estava muito chata e não prendia sua atenção. Mas será que vale a pena não ter um pouquinho mais de coragem e se esforçar pra prestar atenção na lição que está sendo dada do que sair correndo atrás de algo que vai te levar pra um lugar que você não sabe onde é, e muito menos se vai ter condições de voltar?

Eu corro atrás das coisas simples, porque sei que são elas que dão razão a minha vida, a minha existencia e a coragem que eu tenho pra estar aqui enfrentando essa queda tão brusca, num buraco tão escuro e que parece não ter fim.
Cada um escolhe o coelho branco que quer seguir.

Eu sou muito quadrada? Ou o mundo que é muito redondo?

("Poderia me dizer, por favor, que caminho devo tomar pra ir embora daqui?"
"Depende bastante de para onde quer ir." respondeu o Gato
"Não me importa muito para onde." disse Alice
"Então não importa que caminho tome" disse o Gato)